Quem sou eu

Minha foto
Maceió, Alagoas, Brazil
Eu costumo amar, viver e dormir em paz com minha consciência.

MEL

MEL
Minha linda e doce Mel

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Racismo se combate com reparação, diz ativista do movimento negro.
A jornalista Jacira da Silva, coordenadora do Movimento Negro Unificada no Distrito Federal (MNU/DF) e ativista do Fórum de Mulheres Negras do DF, aponta a reparação social como elemento intrínseco à luta pelo combate ao racismo no Brasil. Jacira será palestrante no evento promovido pelo Sindicato em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, nesta quarta-feira 19 de novembro, a partir das 19h, no Teatro dos Bancários. Confira a entrevista concedida ao Sindicato:
Sindicato: Em que momento surgem as organizações do movimento negro existentes hoje?Jacira: O movimento negro começa a se estruturar e a atuar de forma organizada com a retomada e fortalecimento dos movimentos sociais na década de 70. Surgiu naquele momento a idéia do movimento negro unificado, mas que acabou se desdobrando em diversas entidades, entre elas o próprio MNU.
Sindicato: E quais foram as principais bandeiras adotadas pelo movimento negro?Jacira: A questão racial envolve múltiplos aspectos e uma variedade enorme de frentes de luta, mas todas elas dirigidas para um objetivo central, que é o combate ao racismo. E esse é um combate que passa, sobretudo, pela exigência de reparação dos danos sofridos pelos negros ao longo de nossa história. A assinatura da Lei Áurea não implicou em assinatura de carteira de trabalho e não se converteu em educação, em saúde ou em qualquer outro balizador da igualdade e da cidadania.
Sindicato: O que você destacaria como avanço conquistado até aqui?Jacira: Considero como principal avanço a inserção do negro e das questões raciais na sociedade civil organizada. O combate ao racismo deixou de ser visto como algo que divide e passou a ser entendido como uma luta que soma. A igualdade racial está presente hoje entre os principais temas discutidos em nível nacional. Está presente também nas pautas sindicais e nas ações das entidades dos trabalhadores, haja vista esta comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra promovida pelo Sindicato dos Bancários de Brasília. Aliás, o Sindicato dos Bancários é um dos pioneiros nas respostas às demandas do movimento negro aqui no DF.
Sindicato: E junto ao Estado, há conquistas a serem apontadas?Jacira: Nos últimos anos, demos sim alguns passos em termos de políticas de reconhe-cimento da necessidade de reparação da discriminação racial. Destaco, por exemplo, a mudança do artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que gerou a Lei 10639/03, pela qual se tornou obrigatória a inserção nos currículos da educação básica o ensino da história do negro brasileiro e da África. A obrigatoriedade é tanto para escolas públicas como para escola privadas. É verdade que a implementação da lei ainda enfrenta fortes resistências e está longe de se realizar plenamente. Mas é um instrumento da nossa luta que não vamos permitir que seja descaracterizado. Temos ainda como avanços importantes o reconhecimento dos direitos das comunidades quilombolas remanescentes e o estabelecimento pela Comissão Nacional de Saúde da política de saúde integral das mulheres negras.
(Retirado do site: www.bancariosdf.com.br)

Nenhum comentário:

Postar um comentário